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Se aprovada pelo plenário do Senado e sancionada pelo presidente, a nova legislação encerrará uma proibição de quase 80 anos.

Política

19/06/2024

CCJ do Senado aprova proposta de legalização dos jogos de azar no Brasil

Em votação apertada nesta quarta-feira (19), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a proposta que legaliza os jogos de azar no Brasil, incluindo bingo, jogo do bicho e cassinos. O projeto recebeu 14 votos a favor e 12 contrários e agora segue para análise no plenário do Senado. Se aprovado, será enviado para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A proposta estabelece regras detalhadas para a operação dos jogos de azar, incluindo mecanismos de fiscalização e controle, além de diretrizes para a tributação das casas de apostas e dos prêmios. Também foram delineados direitos específicos para os jogadores.

Confira os principais pontos do projeto aprovado:

Jogos autorizados:

  • Cassinos;
  • Bingos;
  • Videobingos;
  • Jogos online;
  • Jogo do bicho;
  • Apostas em corridas de cavalos.

Requisitos para operação:

  • Empresas devem ter sede no Brasil e comprovar origem lícita dos recursos.
  • Capital mínimo exigido: R$ 10 milhões para bingos e jogo do bicho, R$ 100 milhões para cassinos.
  • Licenças serão emitidas pelo Ministério da Fazenda e poderão ser permanentes ou temporárias.

Critérios por modalidade:

  • Cassinos: Credenciados por leilões públicos e operando em complexos integrados de lazer ou embarcações.
  • Bingos: Operação em endereços permanentes com licenças válidas por 25 anos.
  • Jogo do bicho: Licença de 25 anos, exigindo comprovação de recursos suficientes para pagamento de obrigações e uso de plataforma digital para registro de apostas.

Restrições e proteções:

  • Apenas maiores de 18 anos poderão participar dos jogos.
  • Jogadores diagnosticados com compulsão por jogos ou interditados judicialmente serão proibidos de apostar.
  • Empresas não poderão oferecer empréstimos aos apostadores e devem implementar serviços de atendimento e prevenção ao vício em jogos.

Tributação:

  • Apostadores: Prêmios acima de R$ 10 mil serão tributados em 20% pelo Imposto de Renda.
  • Casas de Apostas: Pagamento de taxa de fiscalização trimestral, com valores diferenciados por tipo de jogo:
  • Bingo e apostas em corridas de cavalo: R$ 20 mil por estabelecimento.
  • Jogos online: R$ 300 mil por endereço virtual.
  • Cassinos: R$ 600 mil por estabelecimento.
  • Jogo do bicho: R$ 20 mil por licenciamento.
  • Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) de 17% sobre a receita bruta.

Fiscalização e penalidades:

  • Movimentações financeiras das casas de apostas serão registradas no Sistema de Auditoria e Controle (SAC), acessível pelo Ministério da Fazenda.
  • Empresas deverão apresentar balanços semestrais e passar por auditorias anuais.
  • Punições por descumprimento incluem multas de até R$ 2 bilhões, suspensão das atividades, cassação da licença e proibição de nova licença por até dez anos.

O relator do projeto, senador Irajá Abreu (PSD-TO), defendeu a regulamentação dos jogos de azar como uma maneira de transformar a atividade em um setor econômico relevante, além de enfrentar o vício em apostas como uma questão de saúde pública.

Se aprovada pelo plenário do Senado e sancionada pelo presidente, a nova legislação encerrará uma proibição de quase 80 anos e abrirá caminho para um mercado de jogos de azar regulamentado e fiscalizado no Brasil.

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