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Opinião

19/09/2023

Ex-professor da UFRN, Aldenor Prateiro , estreia primeira exposição individual 

Quando completou 4 décadas de carreira como professor, Aldenor Gomes da Silva se viu diante de uma crise: tinha sensação de que tudo o que fizera até ali não valia de nada. Pós-doutor em Ciências Sociais com doutorado pela Unicamp em Economia Agrícola, ex-coordenador de departamento do curso na UFRN e ex-coordenador do programa Fome Zero no Nordeste, ele se ressentia da falta de avanço na sua área. 


Brincava que se chegasse ao céu e encontrasse o pesquisador Josué de Castro (1908-1974), ia levar uma bronca: "Mas Aldenor, não fizeste quase nada. Está tudo do jeito que eu deixei", imaginava o autor de "A Geografia da Fome" dizendo.


Diante daquela sensação, ele decidiu se aposentar e iniciou um processo artístico que envolve o resgate de suas vivências, a aceitação da negritude e o nascimento de uma nova postura diante de temas como o machismo, o racismo, a homofobia, a desigualdade social e o colonialismo. 


O resultado dessa transformação poderá agora ser visto na exposição inédita "Nem tudo que reluz é ouro", a primeira individual de Aldenor Prateiro, nome que adotou desde 2015. A abertura da mostra será quinta-feira (21), às 18h, na Galeria Conviv’art do Núcleo de Arte e Cultura da UFRN.


A exposição é composta por 31 peças feitas à mão nas quais o artista usa elementos da cultura popular e do artesanato — como os abridores de garrafa de madeira em forma de pênis — para produzir arte contemporânea contestadora e decolonial. A base para isso é a própria história de Aldenor, que nasceu em Mossoró, foi seminarista, viu a fome de perto e viveu situações pessoais que lhe marcaram muito. É desse diálogo com o passado que se funda a arte que Prateiro lança ao futuro.

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