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O presidente ainda rebateu a ideia de que poucas pessoas em sua equipe teriam coragem de confrontá-lo.

Política

17/07/2024

Lula diz que discute política e economia com Janja e que recebe muito ‘não’

Em entrevista concedida à Record nesta terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou que uma das pessoas que mais ouve em suas decisões é sua esposa, Rosângela da Silva, conhecida como Janja. Segundo o presidente, Janja participa ativamente das discussões sobre política e economia. “A Janja é uma pessoa que diz não para mim muitas vezes. Ela quer discutir economia, quer discutir política de direitos humanos, política de gênero, política de igualdade. Tudo ela quer discutir e eu acho maravilhoso”, afirmou Lula.

O presidente rebateu a ideia de que poucas pessoas em sua equipe teriam coragem de confrontá-lo, alegando que “muita gente” se sente à vontade para fazer críticas e sugestões. Lula afirmou  ainda que mantém uma relação de sinceridade com seus ministros e outros colaboradores, permitindo que eles expressem suas opiniões livremente.

“Eu jamais ficarei de biquinho, jamais ficarei de cara feia porque você disse uma coisa que eu não gosto. Se você disser uma coisa que eu não gosto, às vezes essas coisas podem me ajudar mais do que se você fosse uma pessoa lambe-botas“, disse.

No âmbito econômico, Lula reiterou a importância da responsabilidade fiscal, mencionando os ensinamentos de sua mãe, Dona Lindu, sobre a gestão das finanças domésticas. O presidente afirmou estar consciente das medidas necessárias para manter o equilíbrio fiscal do país, ressaltando que o Brasil só deve gastar o que tem e se endividar apenas para aumentar o patrimônio nacional. “Vamos fazer ao meio-dia, não à meia-noite, com todo mundo assistindo”, declarou.

Lula também criticou a atual taxa básica de juros, que considera inadequada, mas desta vez não mencionou diretamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A Selic, atualmente em 10,50% ao ano, continua sendo um ponto de discordância entre o presidente e a autarquia.

Em relação à política internacional, Lula comentou sobre o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrido durante um comício. Para Lula, Trump deve tentar tirar proveito político do incidente. “Aquela foto dele com o braço erguido, se fosse encomendada não sairia melhor. Ele vai explorar isso”, opinou.

Por fim, o presidente defendeu a regulação das grandes empresas de tecnologia, as chamadas big techs. Lula anunciou que se reunirá com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir o tema e elaborar uma proposta com a participação de empresários e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Não é possível essas empresas continuarem ganhando dinheiro disseminando mentiras, disseminando inverdades, fazendo provocação, campanha contra vacina, campanha favorável a isso, campanha favorável àquilo, sem levar em conta nenhum compromisso com a verdade”, concluiu.

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