O Setembro Amarelo é uma campanha que ganhou notoriedade em todo o país por conscientizar sobre a importância da saúde mental. A partir dela, as pessoas passaram a falar mais sobre o tema e discutir aspectos que impactam diretamente na qualidade de vida.
Neste contexto, o exercício físico é uma opção terapêutica que pode auxiliar na redução de sintomas depressivos. É o que diz a pesquisa vinculada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) divulgada ano passado na revista acadêmica British Journal of Sports Medicine, uma das mais conceituadas da área no mundo.
A pesquisa reuniu 41 estudos com mais de duas mil pessoas com depressão, concluindo, ainda, que se exercitar não é apenas benéfico para a saúde mental. Pessoas com transtornos mentais têm um risco aumentado de doenças cardiometabólicas, como hipertensão, diabetes e obesidade, condições nas quais o exercício também age preventivamente.
Para a profissional de Educação Física Andressa Guimarães, ao fazer exercícios ou praticar esportes, conseguimos treinar a "musculatura emocional" em diversas situações. "Exercitamos a nossa força de vontade, a nossa capacidade de realizar esforços", diz.
Coordenadora técnica da academia Pulse, Andressa acrescenta que, simbolicamente, pegar peso significa vencer. "Você foi, fez, venceu e o cérebro se acostuma a gerenciar esforço, desconforto, dificuldade", ressalta.
Para ela, em ambientes como a academia as pessoas encontram uma espécie de comunidade, grupo de apoio. "Um se inspira no outro, criamos amizades, vínculos", afirma. "Além disso, muita gente passa pelo que você passa e isso te encoraja mais".
Outro fator que torna o exercício físico benéfico para a saúde mental é o estado de presença. "Muitos pensamentos negativos que temos têm relação com coisas que sequer aconteceram, então sair do campo de ideias e estar no presente é um grande aliado contra a ansiedade".
Para quem está sedentário e quer começar, Andressa coloca alguns pontos importantes: procurar um ambiente acolhedor, buscar um profissional e escolher a prática que faça sentido para você.
"É muito importante que a gente se sinta bem na própria pele e não precise ser nada além do que nós mesmos", motiva. "Respeite a si próprio, seu nível de condicionamento, sem comparações".
Por fim, a profissional reforça que se exercitar deve ser um projeto para a vida toda e os resultados vêm aos poucos. "Nossa melhor versão já está dentro de nós".
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