O Setor de Transportes teve uma redução de 10,8 milhões de viagens realizadas por passageiros pagantes por dia, em todo o país, de acordo com os dados do Anuário da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) 2021-2022. Os dados são referentes ao ano de 2021, e fazem comparação com o cenário de 2019, anterior à pandemia.
O monitoramento da associação também mostra que a demanda atual de passageiros está oscilando entre 66,8% e 71,3% em relação à situação do período da pré-pandemia. A NTU alerta que não há indicação, até o momento, de que essa perda de passageiros será totalmente revertida, indicando a possibilidade de encolhimento estrutural do setor.
Na avaliação do Presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), Eudo Laranjeiras, a pandemia fez com a crise do Setor de Transportes tenha se intensificado. "A pandemia foi um divisor de águas muito forte, em vários aspectos. E com o transporte não poderia ser diferente. Mas ela atingiu o Setor de tal modo que afetou fortemente, a partir da suspensão das atividades comerciais, do funcionamento das escolas, enfim, da necessidade do distanciamento social", relata.
"A realidade é que o Setor também está buscando se recuperar, tentando sair da UTI, e precisa de políticas públicas, precisa de ações do Poder Público para isso, pois o transporte é público, ainda que operado por empresas privadas. Quando não temos essas ações, as consequências permanecem sendo uma frota mais velha, ônibus que demoram mais, até mesmo a retirada de linhas, como tem ocorrido, infelizmente", comenta o presidente.
O presidente da Fetronor lembra ainda que algumas empresas não conseguiram se manter e fecharam as portas. "Na região nordeste, tivemos diversos casos, o mais recente, agora em Fortaleza, que tem um sistema licitado. Na Grande Natal, só este ano, duas empresas fecharam", alerta Eudo.
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