Segundo o especialista Igor Queiroz, apesar de não ser uma doença fatal em todos os casos, situações extremas podem ocasionar o óbito do paciente doente
Com números alarmantes e históricos, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Brasil já chegou a 1,8 milhão de casos prováveis e confirmados de dengue em 2024. Doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, apesar de muito presente no cotidiano de todos os brasileiros, ainda restam muitas dúvidas sobre o que é verdade ou mentira.
Para o médico infectologista Igor Queiroz, é preciso buscar sempre informações de qualidade e que tenham embasamento científico para evitar complicações da doença ou tratamento inadequado. O especialista é professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país.
“Estar munido de informações verdadeiras é fundamental para a saúde pública como um todo. Nós somos responsáveis pela não proliferação do mosquito e temos que ter cuidado redobrado, principalmente em períodos como o que estamos vivenciando”, frisa o especialista, que também é consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI).
“O uso de repelentes recomendados pelos órgãos de saúde ao invés de receitas caseiras, abrir as janelas de casa durante a passagem do carro fumacê e alternar o tipo de inseticida para que o mosquito não crie resistência são algumas das medidas que todos podem tomar para se proteger. Lembrando que o mais importante é evitar que o mosquito procrie”, lembra Queiroz.
Mitos e verdades
Em consonância com a missão de desmistificar informações errôneas e contribuir para o combate eficaz da doença, o docente também esclarece alguns equívocos comuns. Confira:
Mito: Apenas áreas tropicais são afetadas pela dengue e só pessoas pobres ficam doentes.
Verdade: Embora a dengue seja mais comum em áreas tropicais e subtropicais, ela pode ocorrer em qualquer lugar onde o mosquito Aedes aegypti esteja presente, incluindo regiões urbanas e rurais. A falta de saneamento básico e a criação de poças de água limpa podem aumentar o risco em algumas áreas, mas qualquer pessoa exposta ao mosquito pode contrair a doença.
Mito: A dengue é uma doença fatal em todos os casos.
Verdade: A dengue pode ser grave e até fatal em alguns casos, mas a maioria das pessoas se recupera completamente com tratamento adequado. A forma grave da doença pode levar a complicações sérias, como choque hemorrágico, que podem ser fatais se não tratadas a tempo.
Mito: Somente mosquitos infectados podem transmitir a dengue.
Verdade: Apenas fêmeas do Aedes aegypti infectadas podem transmitir o vírus da dengue ao picar uma pessoa. No entanto, é importante lembrar que, mesmo nem todos os mosquitos da espécie estando infectados, todos representam um risco potencial de transmissão.
Mito: Quem contraiu dengue uma vez, está imune para sempre.
Verdade: Mesmo que seja possível desenvolver imunidade temporária após contrair dengue, ela pode diminuir ao longo do tempo e não oferece proteção completa contra todos os sorotipos do vírus. Portanto, é importante continuar praticando medidas preventivas mesmo após a recuperação da doença.
Mito: Apenas água limpa é um criadouro do Aedes aegypti.
Verdade: Mosquito Aedes aegypti pode se reproduzir em qualquer local com água parada, independentemente de estar limpa ou suja. Isso inclui recipientes como pneus velhos, vasos de plantas, garrafas vazias e calhas entupidas. Portanto, é importante eliminar todos os possíveis criadouros de água parada em torno de casa.
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