A Câmara dos Deputados analisa uma proposta de lei complementar que visa dar autonomia aos estados e ao Distrito Federal para definirem penas mais rígidas para crimes já estabelecidos na legislação. Atualmente, essa competência é exclusiva da União. O projeto foi apresentado pelo deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) em 2019 e quase entrou em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no último dia 30, mas a análise foi adiada após pedido de vista feito por alguns parlamentares, incluindo os deputados Bacelar (PV-BA), Delegada Katarina (PSD-SE), Erika Kokay (PT-DF), e Patrus Ananias (PT-MG). O prazo para esse pedido terminou em 5 de novembro, e o tema poderá retornar à pauta nesta semana.
O projeto inicial propunha que os estados e o DF tivessem a liberdade de tipificar condutas como crimes ou contravenções e definir penas para situações como:
Na prática, isso poderia resultar em situações onde uma conduta seria considerada crime em um estado, mas não em outro, ou apresentaria penas diferentes em estados distintos. A proposta ainda sugere que os estados poderiam legislar sobre processos penais nessas situações específicas.
O relator da proposta na CCJ, deputado Coronel Assis (União-MT), apresentou um substitutivo que altera o texto original. Em seu parecer, ele restringe a possibilidade de os estados legislarem, limitando-se a seis pontos específicos do direito penal. Ele argumenta que a proposta original seria ampla demais e ultrapassaria os limites da Constituição. Os pontos abordados no substitutivo incluem:
A nova versão permitiria, por exemplo, que uma Assembleia Legislativa estadual aumentasse a pena mínima para o crime de homicídio em seu território, respeitando o limite de seis a 20 anos previsto pelo Código Penal.
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