A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), conduzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que o endividamento das famílias em Natal recuou em outubro, atingindo o menor índice para o mês desde 2019. O levantamento mostra que 226 mil famílias estavam endividadas, representando 84,2% do total — uma redução contínua observada nos últimos cinco meses.
Esse número é inferior ao registrado no mesmo período de 2023, quando o endividamento afetava 86,2% das famílias, com compromissos financeiros relacionados a cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimos pessoais, compras de imóveis, prestações de veículos e seguros.
Segundo o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, o recuo se deve “ao aumento da renda familiar, impulsionado por programas sociais e pela redução do desemprego, além da crescente utilização do Pix como meio de pagamento”.
Apesar da queda no endividamento, a inadimplência voltou a crescer, afetando 121,5 mil famílias, ou 45,3% do total, encerrando uma sequência de seis meses de redução. Embora o índice ainda seja inferior ao de outubro de 2023, quando a inadimplência atingiu 54,2%, o aumento, combinado à alta na taxa de juros, acende um sinal de alerta sobre as finanças das famílias. Queiroz projeta que a inadimplência pode continuar aumentando nos próximos meses, especialmente com os gastos de fim de ano e as obrigações financeiras de início de ano, como impostos e taxas.
No Brasil, o índice de endividamento também caiu, alcançando 76,9% das famílias. Historicamente, Natal apresenta uma taxa de endividamento superior à média nacional, mas a diferença, que era de mais de dez pontos percentuais em outubro de 2023, caiu para sete pontos neste ano, indicando uma recuperação gradual da situação financeira das famílias na capital potiguar.
Contudo, a inadimplência nacional também registrou alta, alcançando 29,3%. “A inadimplência em Natal permanece acima da média brasileira, com uma diferença ampliada para 16 pontos percentuais, refletindo as dificuldades que as famílias locais enfrentam para honrar seus compromissos financeiros”, explica Queiroz.
Em relação às famílias de Natal que não têm condições de quitar suas dívidas em atraso, o número recuou para 7,1 mil, ou 2,6% do total, marcando a primeira queda após sete meses de alta. Parte dessas famílias planeja usar o 13º salário e bonificações de fim de ano para regularizar suas pendências e manter o acesso ao crédito, sinalizando uma possível estabilização das finanças pessoais na capital.
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